Foral Manuelino de Lisboa de 7 de Agosto de 1500, Arquivo Municipal de Lisboa, AML-AH, [Chancelaria Régia]. (Clicar para ampliar)
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A época de 1500 a 1549 corresponde aos reinados de D. Manuel I e D. João III e é caracterizada pelo apogeu da expansão ultramarina e pela afirmação de Portugal como império, colocando-o como um dos reinos mais ricos do mundo.
É durante o reinado de D. Manuel I, que se assiste ao descobrimento do Brasil (1500), por Pedro Álvares Cabral, à criação do título de vice-rei da Índia (1505), à conquista das cidades de Malaca, Goa e Ormuz por Afonso de Albuquerque e à aprovação do tratado de Tordesilhas pelo Papa Júlio II em 1506. Sucedeu-lhe o seu filho, D. João III, que além de continuar a política absolutista do seu pai, conquistou novos territórios na Ásia, como Diu, Baçaim e Macau e iniciou a colonização do Brasil.
Com toda a riqueza acumulada, fruto do comércio ultramarino, a arte floresce e surgem magníficos monumentos de estilo manuelino, caracterizados por uma exuberante e renovada imaginação que simbolizava todo o poder régio, sendo um dos exemplos mais emblemáticos o Mosteiro de Santa Maria de Belém, vulgarmente conhecido por Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
A época de quinhentos é considerada a mais valiosa da literatura portuguesa. Os grandes feitos do Ultramar, as figuras heróicas, a crítica à própria sociedade contribuíram para a valorização da poesia de intenção social, que durante a primeira fase da dinastia de Avis se tinha perdido. É ainda a época do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende (1516), considerado o maior repositório de poesia portuguesa, e de Gil Vicente, considerado o pai do teatro português, que em Lisboa teve como ocupação escrever e representar autos nas cortes de D. Manuel I e D. João III. Em 1524 nasce Luís Vaz de Camões.
Portugal continuava a ser um país extremamente religioso, marcado por inúmeras procissões e manifestações de fé, através da construção de mosteiros e igrejas; a evangelização dos novos territórios descobertos é uma das prioridades da Coroa. Na Europa, surgem os primeiros movimentos protestantes - Reforma. Como forma de evitar as guerras de religião que aí grassavam, D. João III instaura a Inquisição em 1536.
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«E embora visse claramente as vantagens de ser de outra maneira, sabia que estava condenado a pagar à vida o duro tributo da sinceridade» Miguel Torga
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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
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Com uma extensão de aproximadamente 5,3 km, a cerca abrangia, na bolsa a leste da cerca moura, 26,6 hectares, e 61,2 hectares na que se situava a oeste da Cerca Velha, o que elevava a área amuralhada a mais de 100 hectares. A Cerca Fernandina era rasgada por 35 portas e defendida por 76 ou 77 torres. Foi, em grande medida, graças a esta estrutura que Lisboa resistiu, em 1384, a um novo cerco imposto pelas forças de D. Juan I de Castela, marido de D. Beatriz, apoiadas por um importante sector da sociedade portuguesa. O cerco foi, tudo o indica, mais violento que o de 1373, com os sitiadores a permanecer junto dos muros da cidade entre Maio e Outubro. A Lisboa dos anos finais de Trezentos e de inícios de Quatrocentos é, pois, marcada pelos efeitos dos dois cercos e de longos anos de crise demográfica, social, política, cerealífera e económica. Mas havia sinais de esperança e inúmeras expectativas depositadas em D. João I.
E um dos motivos pelos quais a cidade podia encarar o futuro com algum optimismo era o importante conjunto de mercês recebidas do rei na sequência do cerco de 1384: propriedades, isenções fiscais, perdão de dívidas e, acima de tudo, o redimensionamento do seu termo com a integração das vilas e termos de Sintra, Torres Vedras, Alenquer, Colares, Ericeira, Mafra e Vila Verde. Existem indicadores de uma lenta melhoria das condições de vida dos lisboetas a partir dos primeiros anos de Quatrocentos. A edificação do Bairro de Vila Nova, por exemplo, revela a existência de uma procura crescente de habitações com melhores condições. Obras como a do o mosteiro do Carmo ou do Paço dos Estaus atestam o momento de alguma prosperidade que então se vivia, acelerado, em grande medida, pela expansão militar para o Norte de África e pelas expedições de reconhecimento da costa ocidental africana, mas também pela colonização da ilha da Madeira.
Bibliografia
FONSECA, Luís Adão da, “Lisboa Medieval e o seu termo”, in Lisboa Subterrânea, Lisboa, Lisboa 94 / MNA, 1994, pp. 86-91. MARQUES, A. H. de Oliveira, Nova História de Portugal, Vol. IV – Portugal na Crise dos Séculos XIV e XV, Lisboa, Presença, 1987. MARQUES, A. H. de Oliveira, “Lisboa Medieval: Uma visão de conjunto”, in Novos Ensaios de História Medieval Portuguesa, Lisboa, Presença, 1988, pp. 89-91. MARTINS, Miguel Gomes, Lisboa e a Guerra (1367-1411), Lisboa, Livros Horizonte, 2001. MARTINS, Miguel Gomes, A Vitória do Quarto Cavaleiro: O Cerco de Lisboa de 1384, Lisboa, Prefácio, 2006. SILVA, Augusto Vieira da, A Cerca Fernandina de Lisboa, 2.ª edição, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1987, 2 vols. KRUS, Luís, OLIVEIRA, Luís Filipe, FONTES, João Luís (coord.), Lisboa Medieval: Os Rostos da Cidade, Lisboa, Livros Horizonte, 2007. |
segunda-feira, 27 de junho de 2016
Parlamento da África do Sul, 2016 |
Parlamento da África do Sul, 2016 |
Parlamento da Turquia, 2015 |
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terça-feira, 29 de março de 2016
A Terra dos meus Visavós
A questão da formação da linha de castelos a Sul do rio Alva permanece por esclarecer. Não existem dúvidas acerca da implementação de uma rede defensiva de época islâmica na região, visível, em particular, na concentração de topónimos originados a partir da palavra árabe qal'a al-rãyya (catraia). Esta linha parece-nos ter sido originada numa época já avançada, provavelmente na sequência das conquistas de al-Mansur de final do século X. No entanto, dessa rede não terá feito parte o castelo de Avô, cujas primeiras notícias datam somente do século XII. Mesmo as notícias relativas à existência da localidade de Avô, no início do século IX, devem ser encaradas com reservas, uma vez que não está suficientemente provada a relação de uilar auolo (referida em 908) com a actual vila de Avô, ao contrário do que pretendeu José Bigote. E o mesmo se deve dizer em relação a um eventual passado romano, constantemente argumentado, mas ainda não arqueologicamente comprovado.
De acordo com as investigações de António Nogueira Gonçalves, o castelo teria sido construído nos primeiros tempos da monarquia portuguesa e em estrita relação com a manutenção da actividade mineira na região. No final do reinado de D. Sancho II, na guerra civil então verificada contra seu irmão, futuro D. Afonso III, o castelo desempenhou papel importante, sendo entregue a Pedro Martins e, posteriormente, destruído pela facção vencedora. Em 1254, uma bula de Inocêncio IV exortava o monarca português a reconstruí-lo, o que só deverá ter sido consumado no reinado de D. Dinis.
Não obstante as múltiplas transformações por que passou, são vários os indícios que apontam para uma cronologia dionisina de parte do conjunto militar que chegou até aos nossos dias. O principal é a configuração oval da cerca, em polígono irregular, acessível por portal de arco quebrado. O segundo é a incorporação da torre de menagem na muralha, protegendo o ângulo Sul da fortificação. Estas duas características, apesar de esclarecedoras quanto à cronologia do castelo, são evidentemente redutoras numa perspectiva de análise global do conjunto. Com efeito, não estamos suficientemente informados a respeito do sistema de torres, da organização interna do recinto, de eventuais dispositivos complementares de defesa e da própria história do castelo e consequente relevância regional durante o final da Idade Média.
Aparentemente inalterado durante a época moderna, num sinal que deve ser interpretado como revelador da posição secundária que assumiu ao longo desse período, começou a ser desmantelado no século XIX, num processo comum a muitas outras fortalezas medievais do país. Em 1856, a Câmara de Oliveira do Hospital ordenou a destruição da torre de menagem, pois ameaçava ruir a todo o instante. Em 1879, grande parte da secção Sul das muralhas foi desmantelada para se aplicar a pedra na construção da estrada distrital que rasga esta parcela de território. E durante essa segunda metade de século muitos particulares recorreram ao velho castelo para obter pedra para as suas construções.
A derradeira fase de obras, responsável pelo actual aspecto da fortaleza, decorreu nas décadas de 40 e de 60 do século XX. Nessa altura, os castelos portugueses foram objecto de grande interesse por parte dos restauradores, ao abrigo da ideologia estado-novista, que via nestes elementos patrimoniais um notável eco do glorioso passado nacional. Logo em 1942 procedeu-se à reconstrução de parte das muralhas e, entre 1963 e 1966, novos trabalhos decorreram na cerca e na capela de São Miguel, templo localizado no interior do castelo e cujas origens remontam ao período medieval, embora alvo de sucessivos melhoramentos ao longo dos séculos posteriores.
sábado, 19 de março de 2016
PARADA DA PARODIA 2
16. UMA GRAVATA PARA CADA BURRO
Durante semanas, a redacção da "Parada da Paródia" foi animada por uma das grandes polémicas que preencheram as páginas de vários números consecutivos: a grave questão da gravata!
Tudo começou numa noite, quando, terminada a reunião da redacção, resolvi ir, com o Ruy Andrade, tomar uns copos a uma "boîte" que havia ali perto do Camões, chamada "Bico Dourado", e que tinha como emblema um colorido papagaio. Passei por casa, tomei um banho, esfreguei-me com água de colónia, apliquei pó de talco nos sítios apropriados e empinoquei-me todo, com camisinha de seda italiana, fato novo, sapatos bem engraxados, tudo do melhor, já que, nesse tempo, a vida não me corria mal.
Lá fomos, de táxi. Apeámo-nos à porta da "boîte", o porteiro tirou o boné, o Ruy entrou - e eu, inesperadamente, sou impedido de passar. "Desculpe" - dizia o porteiro "mas o senhor não pode entrar assim. Não traz gravata..."
Realmente, não levava gravata. Nem a camisa a pedia, nem eu gostava de atar ao pescoço esse trapinho, que era então uma espécie de símbolo, nem sei bem de quê. É preciso que se saiba que, nesses belos anos sessenta, cenas destas aconteciam com alguma frequência. Era assim que, por exemplo, no Café Chave D'Ouro, no Rossio, o porteiro, todo engalanado como um general de opereta, também proibia a entrada aos indígenas desengravatados. Mas, aí, tínhamos nós, os contestatários, um truque infalível: entrávamos, dois a dois, sem gravatas - a falar Inglês! O homem todo se curvava em vénias e chapeladas, e acho que nunca chegou a descobrir a marosca.
Mas agora, no "Bico Dourado", a coisa estava feia. O porteiro insistia em me emprestar uma gravata sebenta que lá tinha, para estas crises, o que eu recusei redondamente: "Eu estou decentemente vestido! Portanto, quero entrar!" E o homem, aflito, muito encavacado, a falar de "ordens da gerência"...
O cúmulo da anedota foi quando, no meio disto, passa por nós um tipo todo mal enjorcado, amarrotado, com o ar mais enxovalhado deste mundo, de barba por fazer, imundo - mas com gravata. Foi respeitosamente saudado, e entrou. Passei-me por completo! Fiz um escândalo, falei com o gerente, que me dizia: "Sim, eu reconheço que o senhor até está muito bem apresentado, mas, compreende, é por causa das senhoras... As senhoras podiam não gostar..." E eu, danado: "Senhoras? As tipas a quem chama senhoras, que estão aí dentro, até haviam de agradecer que a gente entrasse já em cuecas, para poupar tempo!" - e outros despautérios deste jaez.
Saí dali disparado para a redacção e, às quatro da manhã, estava a escrever uma prosa violenta sobre uma tal casa chamada "Bico Calado" (ilustrada com o emblema do papagaio, mas com uma gravata atada ao bico) e com um slogan agressivo: "Dêem uma gravata a cada burro... e até os burros, se tiverem gravata, têm entrada nas boîtes, com direiro a vénia do porteiro!".
Aquilo deu origem a uma campanha, que durou várias semanas, e que teve os seguintes efeitos práticos: o proprietário do "Bico" telefonou-me, implorando que não insistisse no assunto, porque a clientela passava o tempo a gozar com ele, e já tinha decidido acabar com aquela regra; outras casas, anteriormente renitentes, já condescendiam em deixar entrar homens sem gravata, desde que estivessem decentemente apresentados; e, numa discoteca do Estoril, havia festas todas as noites, em que era proibido entrar de gravata (quem a levasse tinha que deixá-la no bengaleiro!).
Mas, a maior homenagem que foi feita à minha justa luta, foi quando, no jantar do primeiro aniversário da "Parada da Paródia", que reuniu todos os colaboradores, pessoal da oficina gráfica, anunciantes, amigos, etc., toda a gente, sem excepção, apareceu desengravatada!
PARADA DA PARÓDIA
14. COLABORADORES MUITO ESPECIAIS
Já se viu que a "Parada da Paródia" tinha muitos colaboradores. Uns tinham mais piada que outros, como é evidente - mas, entre eles, houve quem se tornasse notado por razões que pouco tinham a ver directamente com o Humor.
Ao acaso, aqui vão dois episódios: um, de um colaborador da parte escrita; outro, de um desenhista...
Certo dia, recebeu-se na redacção uma carta assinada com o pseudónimo "Zé que Ri", sem mais indicação alguma; nem nome, nem morada - nada. Eram uns versos em forma de gazetilha, muito bem feitos e com muita graça. Ficaram a repousar numa gaveta, à espera de identificação do autor.
Daí a dias, nova carta e novos versos, ainda melhores e ainda com mais graça. E, uma semana depois, outra. Resolvi começar a publicar aquilo. Arranjou-se uma secção com o título "Broncas Rimadas" e, semana após semana, foram-se publicando as gazetilhas - que continuavam a vir pelo correio, regularmente. E nós sem sabermos nada do autor! "Mas lá que o tipo tem laracha, isso tem! Vê-se que é um rapaz de espírito jovem e arejado!" - era o que todos comentávamos, na redacção.
Até que, um dia, batem à porta e aparece, finalmente, o misterioso "Zé que Ri". Vinha, timidamente, saber se tinha alguma coisa para receber, das suas colaborações. Claro que tinha, e logo lhe foi pago. Só que... para nosso espanto, o "tipo com piada", o "jovem arejado" não era um "tipo" nem era nada jovem; era, sim, uma senhora já entradota, pequenina, esquisita, feíssima de meter medo, ainda que muito simpática!
Quanto ao outro episódio, tem a ver com um dos numerosos desenhadores que por lá apareciam, nas reuniões de redacção. Só que este (cujo nome não vou revelar, já vão perceber porquê), estava longe de ser das companhias mais apreciadas. É que o rapaz cheirava mal que era uma coisa por de mais! Assim que franqueava a porta da redacção, espalhava-se por toda a vasta sala um fedor impossível de aguentar. Logo alguém corria a abrir as janelas. Qual quê! A intensidade do mau cheiro superava todas as correntes de ar provocadas para afastá-lo! O pior era no inverno, quando o frio, o vento e a altitude (recordo que estávamos num 13º andar!) nos punham em perigo de substituirmos um valente fedor por uma valente constipação!
Ainda por cima, o moço não tinha a mínima noção do incómodo que causava. Adivinhava-se que não tomava banho há, pelo menos, um ano - se é que alguma vez experimentara tão insólita operação. A gente lançava indirectas, contava histórias, falava do Luís XV, que constava nunca se ter banhado - mas esse, ao menos, encharcava-se em perfumes, para disfarçar. O nosso desenhista mal-cheiroso nem pestanejava.
Um dia, sabendo que ele fazia anos, resolvemos oferecer-lhe um enorme sabonete, artisticamente embrulhado, com uma dedicatória apropriada. Ele abriu o pacote, desconfiado, e saíu-se com uma frase que nos fez perder toda a esperança de que a situação (e o cheiro) algum dia desaparecessem: "Mas... isto serve para quê?"...
quarta-feira, 16 de março de 2016
Spring dance, Pine Manor College, Massachusetts, 1957
The Killer and fans
Spring dance, Pine Manor College, Massachusetts, 1959
Pre-White House, pre-mobile phones, then Governor Bill Clinton checks in on the campaign trail while out for a jog (source
50 Sexy Vintage Illustrations of Hilda, The Forgotten Plus-Size Pinup Girl of the 1950s
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